13 setembro 2009

EXAMES PRÉ-CIRÚRGICOS

No período precedendo qualquer cirurgia da epilepsia fazem-se os exames necessários para se poder avaliar criteriosamente a situação em causa. Destinam-se a assegurar o sucesso da intervenção e a que esta não vá lesar nenhuma função cerebral importante.
A maioria dos testes destina-se a avaliar a zona onde se iniciam as crises; outras vezes empregam-se para identificar as zonas onde residem a linguagem ou a memória, as quais têm de ser evitadas pela cirurgia.
Os exames a empregar dependem do tipo de intervenção e da informação que cada um deles fornece. Os seguintes são os mais usados antes de se tomar a decisão de intervir cirurgicamente:

- O Electroencefalograma (EEG) regista a actividade eléctrica cerebral e identificar as áreas cerebrais onde as crises ocorrem.
A Ressonância Magnética Nuclear (RMN) dá imagens do cérebro, identificando vários tipos de lesões, mormente cicatrizes ou lesões resultantes de um deficiente desenvolvimento cerebral.
Registo Video-EEG simultâneo, prolongado, destinado a identificar o(s) tipo(s) de crise(s) e o seu local de origem.
Testes Neuropsicológicos incluindo o quociente de inteligência, a memória, a linguagem, os quais documentam áreas de défice funcional, a lateralização da linguagem e predizem a existência de possíveis defeitos produzidos pela cirurgia.
Exame Psiquiátrico destinado a avaliar alterações mentais e as motivações da pessoa referentes à cirurgia.
Teste de Wada, consistindo na injecção intracarotídea de amital sódico, destinando-se a localizar os centros da memória e da linguagem. O medicamento é injectado numa das artérias que se dirigem ao cérebro, anestesiando, durante um curto espaço de tempo, um dos hemisférios cerebrais, durante o qual se testam a linguagem e a memória no hemisfério acordado. Seguidamente adormece-se este último e examinam-se as funções do primeiro hemisfério.
- A Tomografia de Emissão de Positrões (PET) pode, em certos casos, ajudar a identificar o local onde as crises se originam, medindo como as diferentes partes do cérebro utilizam a glucose, o oxigénio ou outras substâncias.
- A Tomografia Computorizada de Emissão de Fotões (SPECT) pode identificar o local de origem das crises medindo o fluxo sanguíneo.

Algumas vezes, mesmo após a realização dos exames acima descritos, podem ser necessárias mais informações para se poder reconhecer a área epiléptica, devido a esta não ter sido identificada pelos eléctrodos colocados na superfície do crânio.
Nestes casos podem ser necessárias duas operações diferentes. Na primeira colocam-se eléctrodos no próprio cérebro ou sobre ele chamados profundos ou subdurais; após isso, o doente permanece no hospital sendo os eléctrodos ligados por fios a um aparelho de electroencefalografia. As crises são registadas directamente do cérebro, simultaneamente em vídeo e EEG. Designa-se este processo por electrocorticografia.
O cérebro pode ser estimulado por impulsos eléctricos suaves conduzidos pelos eléctrodos, permitindo a identificação das áreas que controlam a linguagem, os movimentos ou as sensações. Por outro lado pode registar-se a actividade eléctrica anormal, a qual permite fazer um mapa da área a remover (foco epiléptico).
Se este exame mostra a existência de uma única área, passível de uma remoção sem problemas, praticar-se-á uma segunda operação, a qual removerá os eléctrodos bem como a área afectada. Caso contrário, a segunda intervenção limitar-se-á a retirar os eléctrodos.
Por vezes, todos estes procedimentos apontam a cirurgia como o tratamento a aconselhar. Outras vezes não dão a necessária informação e os médicos podem decidir não recomendar a cirurgia. FONTE: www.lpce.pt

Figura da esquerda :: Eléctrodos profundos
Figura da direita :: Grelha de eléctrodos subdurais




 
 
 
 
 
 
 
 
 
 




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